quinta-feira, 9 de maio de 2019

Adoração Genuína & Louvor Desafinado

Imagine uma igreja pequena aonde o louvor é desafinado. Mas muito, muito desafinado.
 
No canto, um piano que já foi afinado, algumas décadas antes da segunda guerra mundial. Nos primeiros bancos, as irmãzinhas que cresceram na igreja, e nunca foram afinadas.
 
O líder do louvor canta devagar, quase parando, cansado. Já a pianista tenta manter a música na velocidade correta, ainda que no tom errado, e o microfone, mal ajustado, amplifica sua voz com os agudos da microfonia.
 
Na estrofe, ao cantarem, desmotivados, “Vou cantar, vou cantar / Nessa terra celeste porvir” temos a impressão que estão chateados com o fato de que terão que cantar novamente no céus.
 
Como se não bastasse, dois bebês estão chorando em volume máximo. E com razão. A gente também choraria.
 
São o povo de Deus, na presença de Deus, reunidos para adorar a Deus. Estão louvando, e louvando de um jeito bem ruim.
 
 
Agora, a pergunta: o que torna esse louvor aceitável perante o Rei dos Reis? Porque chamamos esse som (não tão agradável) de adoração cristã?
 
Pense nisso. O que faz com que sons imperfeitos gloriquem Aquele que é perfeito? Como explicar isso? De forma geral, como é que vasos de barro glorifiquem o Deus Trino?
 
A resposta curta, claro, é que a adoração é fruto da obra do Espírito Santo. Ele ilumina, Ele ensina, Ele nos leva a confessar (desafinados ou não) que nossa esperança está em Jesus Cristo.
 
Podemos lembrar daquela ocasião em que Paulo e Silas, mesmo acoitados, feridos, e presos injustamente, no meio da noite “cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam“. (Atos 16.25) Vale lembrar que homens acoitados não cantem bem. Não era um dueto. Suas vozes estavam doloridas, mas o louvor era o transbordar de corações convictos que Deus merecia todo o louvor – até mesmo em uma prisão escura que fedia de morte.
 
 
O desafio: neste domingo, participe do louvor da sua igreja com a convicção que – em última analise – não são os instrumentos, as músicas, a harmonia, ou o estilo que torna seu louvor aceitável perante o Deus supremo. Nem o seu coração é capaz de causar esse milagre. É obra do Deus Trino. Tenha consciência disso.
Não estou defendendo a idéia de que qualquer baderna, sendo intitulada de “Gospel”, deve ser tida como adoração cristã. Antes, o ponto que quero frisar é que a adoração genuína e cristã é fruto da obra de Deus em nós. Ele é louvado com Sua obra em nós, mesmo que a harmonia não seja tão harmoniosa assim.

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