Manifestações religiosas em espaços públicos ocupam centro do debate na cidade
O caso aconteceu no final do mês passado, mas o debate continua na cidade de Locust Fork, Alabama (EUA). Antes das partidas do time de futebol da escola pública, a oração do Pai Nosso sempre era feita pelos jogadores à beira do campo e transmitidas pelo sistema de alto-falantes.
A Freedom From Religion Foundation, grupo ateísta militante, ameaçou entrar na justiça contra a escola por permitir manifestações religiosas em espaços públicos. A direção da Locust Fork High School anunciou então que a tradição chegaria ao fim.
Contudo, a comunidade local, formada majoritariamente por cristãos, decidiu não se dobrar. Pais dos alunos criaram a campanha “We Believe” [Nós Cremos] e mandaram confeccionar camisetas verdes com essa frase na frente e os versos do Pai Nosso, de Mateus 6, nas costas.
Eles passaram a ir aos jogos vestindo-as e a fazer a oração mesmo sem a transmissão nos alto-falantes da escola. Foi uma forma pacífica de protestar contra a decisão da diretoria. Em diversos jogos era possível ver uma “onda verde” se levantar antes do início das partidas e orar espontaneamente.
Gregg Armstrong, pai de um dos alunos, disse que foi um momento emocionante. Ele é o ministro da música da Igreja Batista de Locust Fork e conta que várias igrejas aderiram. A Igreja Batista da Graça, a Igreja Metodista Unida, a Igreja Batista em Pine Bluff e a Igreja Batista Edgewood financiaram a produção de 1000 camisetas que foram distribuídos ao público.
Não foi o suficiente. No jogo do dia 22, contra a equipe de Pennington, “havia cerca de 300 ou 400 pessoas que não conseguiram uma camiseta e queriam uma”. Agora eles estão produzindo mais um milhar e vendendo pelo preço de custo aos interessados.
A movimentação atingiu estabelecimentos comerciais, que começaram a fazer camisetas semelhantes, conta Amanda Moore, proprietária da Serigrafia Manda.
Logo depois que a escola anunciou que não haveria mais oração, ela começou a receber encomendas de camisetas com o Pai Nosso de pais de alunos das outras escolas da cidade e até de cidades vizinhas. “Vou vendê-las enquanto as pessoas continuarem procurando por elas”, assegura.
A ação dos ateus é contra a escola, mas não pode impedir manifestações espontâneas das pessoas. Armstrong disse que eles vão continuar a recitar a oração do Pai Nosso em todos os jogos da temporada. “Espero que o que fizemos honre ao Senhor. Era uma tradição fazer uma oração transmitida pelos alto-falantes, mas às vezes novas tradições são criadas e se tornam maiores que as do passado.”
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