Embora pareça não existir saída para elas, muitas mulheres são alcançadas pelos trabalhos de evangelização realizados no país
Imaginar
uma menina crescer sem os pais num país como o Paquistão pode causar
certo impacto para quem conhece a realidade dessa nação. As mulheres
paquistanesas estão destinadas a viver fechadas dentro de suas próprias
casas sob as regras do talibã, o regime que é conhecido pelas leis
severas que punem as pessoas que não obedecem à sharia (leis religiosas
islâmicas). A população feminina é a mais atingida com as imposições da
liderança. Elas devem permanecer debaixo da burca, vestimenta que cobre
todo o corpo, inclusive a cabeça, com uma única abertura em tela na
altura dos olhos. Além disso, são proibidas de trabalhar, estudar, salvo
algumas exceções, como médicas e enfermeiras. Não podem usar
cosméticos, rir alto, usar salto, praticar esportes, ouvir músicas,
assistir filmes e ainda são humilhadas de várias maneiras.
Mas
embora pareça não existir saída para elas, algumas são alcançadas pelo
amor de Cristo, através dos trabalhos de evangelização realizados no
país. A Portas Abertas também está presente no Paquistão através do
projeto Ajuda Emergencial para Mulheres da Igreja Perseguida. Num dos
centros para mulheres, está Nazneen*, conhecida pela sua doce voz ao
cantar salmos para ajudar as mulheres a dormir e a esquecerem de suas
dores e más lembranças do passado. Shereen*, que experimentou pela
primeira vez o que é ter amor de mãe e um lugar seguro para viver,
depois de ter sofrido vários abusos e ter contraído uma doença
sexualmente transmissível, testemunhou: “Minha mãe foi tirada de nós
quando eu e minhas irmãs ainda éramos pequenas e ficamos à mercê de tios
e primos. Nossas tias fingiam não ver nada”. Embora seja um longo
processo, cada uma dessas mulheres recebem tratamento específico,
inclusive para suas emoções e vida espiritual.
Entre as
atividades realizadas durante o dia, elas fazem bonecas, cartões e
vários trabalhos artesanais. Durante as reuniões, ouviram falar de Asia
Bibi, uma cristã condenada à morte no Paquistão por blasfêmia e que
permanece presa para julgamento. “Essa mulher foi tirada de sua família e
obrigada a se separar de suas filhas. Aqui nós aprendemos sobre o poder
das orações e sinto que devemos orar por elas”, disse Shereen. Roohi*,
que também foi acolhida pelo ministério, está longe de seus filhos, mas
disse ter aprendido a orar pela restauração de seu casamento e está
determinada a não perder sua família. Agora ela acredita que viver o
evangelho pode mudar muitas situações. Apesar de viverem sob os olhares
preconceituosos de homens muçulmanos e serem rejeitadas pela sociedade,
essas mulheres sabem que há esperanças para quem conhece a Cristo, por
isso, elas limparam seus corações de toda amargura e agora seguem para
uma nova vida. Em suas orações, interceda por elas.
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