"Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá." Salmos 27.10
Nurta Mohamed Farah, de 17 anos, foi brutalmente agredida por seus pais,
após descobrirem que ela havia se convertido ao cristianismo. Eles a
levaram a um médico, que alegou que ela sofria de um distúrbio mental e
lhe receitou uma forte medicação. A jovem foi acorrentada a uma árvore
durante o dia. À noite, era trancada em um pequeno quarto escuro. Ela se
negou a abandonar sua fé, e sua família a despreza, alegando que só a
deixará ter uma vida normal de novo quando for curada, ou seja, quando
abandonar o cristianismo e voltar ao islã.
Desde a mais tenra idade, as crianças da Somália têm de decorar a
genealogia do clã ao qual pertencem, muitas vezes recuando mais de 800
anos na história. Quando dois somalis se encontram, passam a descrever
um ao outro os nomes de seus antepassados; se descobrirem que têm um
ancestral em comum, mesmo que distante, eles se sentem ligados por laços
sanguíneos e passam a se ajudar mutuamente.
Nesse contexto, a religião está intrinsecamente ligada ao núcleo
familiar, que é fundamental para esse tipo de sociedade. Quando um
indivíduo deixa o islã para seguir a Cristo, ele quebra um vínculo não
só com a religião, mas também com as tradições familiares, por isso,
passa a ser perseguido, rejeitado e pode até ser morto.
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