Ecumenismo - Devo participar disso?
O Ecumenismo pode parecer um acontecimento de outra parte do mundo e com
o qual ninguém, no Brasil, deve preocupar-se. Algo com tal nome não
deve referir-se ao brasileiro, é um pensamento de muitos. Mas a verdade
é que ecumenismo é uma realidade no país, há
um bom tempo, e está crescendo a cada dia e influenciando as igrejas.
Convém saber o que é esse ensinamento e como nos defender
dele.
O que Significa a Palavra "Ecumenismo?"
Podemos, primeiramente, entender uma crença se olharmos o
que significa a palavra que é usada para descrever tal crença.
Se entendemos bem o significado da palavra, podemos formar uma melhor opinião
diante dela. Em português, no Dicionário Aurélio Eletrônico
a palavra
"Ecumenismo
" vem da palavra
ecúmeno
do grego "oikoumêne", que significa 'habitada (a Terra)', com mudança
de gênero. Essa base da palavra significa: 1. A área habitável
ou habitada da Terra. 2. O universal, o geral. Dessa primeira palavra se
originou a palavra "ecumenismo". A definição da palavra
"Ecumenismo"
é: 1. Nos primórdios do cristianismo, todos os povos a quem
se deveria dirigir a pregação do Evangelho. 2. Religião;
Movimento surgido nas igrejas protestantes e, posteriormente na Igreja Católica,
originado da crença de terem uma identidade substancial a doutrina
e a mensagem de Cristo. A pessoa que pratica o ecumenismo é um ecumênico.
Um
ecumênico, pelo dicionário, é: 1. Relativo
a toda a Terra habitada; universal. 2. Relativo ao ecumenismo. 3
. Diz-se
do crente que manifesta disposição à convivência
e diálogo com outras confissões religiosas (Dicionário
Aurélio Eletrônico, itálicos são meus).
Examinando o significado da palavra "ecumenismo", em primeira instância,
ela parece inócua ou inofensiva. A palavra original significa somente
universo e, nos primórdios dos tempos, foi usada apenas para relatar
a todos os povos a que se deveria dirigir a pregação do Evangelho.
Se ecumenismo refere-se a quem devemos pregar a Palavra de Deus, temos simpatia
por ele. Devemos pregar o Evangelho a toda a criatura (Mar 16:15). Se um
ecumênico é apenas uma pessoa que é habitante de um
lugar do mundo, eu sou e você é um ecumênico.
Mas, se a palavra "ecumenismo" é entendida religiosamente
como sendo uma identificação doutrinária igual para
todas as igrejas, nenhum batista verdadeiro quer ser identificado com essa
posição. Se um ecumênico é uma pessoa disposta
à convivência e diálogo com outras confissões
religiosas, como é que um batista verdadeiro pode ser um ecumênico?
Na verdade, todas as outras igrejas têm tanto direito constitucional
de existir quanto a nossa, mas relações íntimas (pois
a palavra "convivência" significa: 1. Ato ou efeito de conviver;
relações
íntimas; familiaridade, convívio. 2. Trato diário,
Dicionário Aurélio Eletrônico) são impossíveis.
Se a palavra "dialogar" significa "travar ou manter entendimento" (Dicionário
Aurélio Eletrônico), os batistas verdadeiros, em relação
à doutrina, não têm boa razão para manter entendimento
com os que não obedecem a verdade. Podemos pregar aos que não
concordam conosco e ensiná-los, mas sentar junto e dar a aparência
que nossa igreja tem muito em comum com a doutrina de igrejas de outra fé
seria um ato gritante de hipocrisia.
Aspectos do Ecumenismo
Existem vários aspectos de ecumenismo. Existe o aspecto
MODERNÍSTICO.
Esse aspecto é representado pelos níveis diferentes da sociedade.
O Conselho Mundial das Igrejas representa os interesses de ecumenismo a
nível global. Há organizações nacionais e, no
nível local, a classe clerical é representada pelas associações.
Existe o aspecto
EVANGÉLICO. Esse aspecto é visto nas
organizações interdenominais que operam como representantes
das igrejas, no trabalho de atingir o mundo com o Evangelho. Alguns exemplos
desse aspecto seriam a Cruzada Cristã nos Campus, Jovens com uma
Missão, e outras. Também existe o aspecto
CARISMÁTICO/
RENOVADO/ PENTECOSTAL. Esse aspecto focaliza mais as experiências
que a doutrina para interpretar a verdade e tem como alvo unir todas as
fés e movimentos religiosos em uma prática única (D.
W. Cloud, Enciclopédia Way of Life, Ecumenical Movement, com adição
pelo autor das palavras "renovação/pentecostal" - realidade
brasileira).
Em vez de darmos as mãos com os de outra fé, devemos
redargüir, repreender e exortar com toda longanimidade de doutrina
(II Tim 4:2). Devemos suportar a sã doutrina (II Tim 4:3), em vez
de desviar os ouvidos da verdade em prol da unidade de outra fé.
Temos a responsabilidade de batalhar pela fé, que uma vez foi dada
aos santos (Judas 3), em vez de rejeita-la e a boa consciência. A
rejeição da fé e de uma boa consciência seria
necessário para ter relações íntimas com os
de outra fé. Rejeitar a fé seria fazei-la naufragar (I Tim
1:19), em vez de adorná-la.
Os batistas não estão procurando uma briga. Não
querem infamar ou parecer contenciosos (Tito 3:2), mas apenas querem ser
ousados para falar claramente sobre o Evangelho de Deus com pureza de doutrina,
mesmo em grande combate (I Tess 2:2).
Ter poder com Deus não é por minimizar a doutrina verdadeira
ou em não repreender os que pregam um outro evangelho com toda a
longanimidade. Para ser poderoso com Deus é necessário reter
firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina tanto em crença
(internamente) quanto em prática (exteriormente) (Tito 1:9).
Como São os Ecumênicos?
Os ecumênicos dão
muito valor às diferenças
que existem entre as igrejas. Acham válidas as maiores diferenças
de fé e prática entre elas. Acham que as diferenças
das doutrinas são tão aceitáveis quanto o número
variado de sabores numa sorveteria. Pensam que as diferenças são
uma intenção de Deus de prover variedade no "corpo de Cristo"
(citação do Pastor Ted Haggard na
Charisma Magazine
(Revista de Carisma) - Baskin-Robbins Christianity por Cloud, D.W.). É
difícil achar, entre os ecumênicos, aqueles que tomam a Bíblia
como a única e suficiente regra de fé e ordem. Muitos deles
colocam tradição, cerimônia, comentários, visões,
sonhos, experiências ou circunstâncias ao mesmo nível
da Palavra de Deus. Quando dizem que crêem em Cristo como o único
Salvador, o dizem com várias reservas. Adicionam experiências
religiosas, como complementos, sacrifícios financeiros, obras físicas
ou religiosas, a um nível igual ao da obra redentora de Cristo. Participar
dos cultos de quaisquer dessas igrejas, mesmo que pareçam dar crédito
à verdade de salvação somente por Jesus, seria o mesmo
que visitar uma sorveteria e provar as suas delícias sabendo que
há veneno em proporções perigosas nos sabores atrativos.
Como pode conviver o erro com a verdade (II Cor 6:14-18; Amós 3:3,
"Andarão dois juntos, se não estivessem de acordo?")? A bíblia
diz que a pessoa que prevarica (falhar com o dever) não tem a Deus
e diante desses, os que mantêm firme a doutrina não devem recebê-los
em casa e nem saudá-los (II João 9,10).
Também, mesmo aceitando as diferenças que existem entre
as igrejas, os ecumênicos acham saudável
remover as doutrinas
que causam as diferenças maiores que existem entre as crenças
e apoiam a idéia de que
ninguém deve pensar mal de alguém
que promove uma doutrina ou prática diferente da que Cristo ou
os apóstolos praticaram (Ted Haggard - Baskin-Robbins Christianity).
Acham que a união e a paz nos erros são um melhor testemunho
diante do mundo que manter firme as doutrinas que uma vez foi dada aos santos
(Judas 1:3), uma prática que provoca as diferenças. Mas é
justamente a firmeza na crença e na prática da doutrina que
identifica uma igreja verdadeira. Não há como saber quem de
bom grado recebeu a Palavra de Deus, senão através das suas
práticas com a doutrina dos apóstolos (Atos 2:40-42; Mat.
7:15-20). O propósito, pelo qual o apóstolo Paulo deixou Timóteo
em Éfeso, não era o de aconselhar afrouxamento nas doutrinas
e desfazer as diferenças que existiam entre elas. Era "para
advertires
a alguns, que
não ensinem outra doutrina" (I Tim 1:3; II Tim
3:1-5; II Tess 3:6). Não é conselho Bíblico dar as
mãos com os que aprenderam de modo diferente dos apóstolos,
mas sim de notá-los e desviar-nos deles (Rom 16:17; Tito 3:8-11).
O ministrante da Verdade ensinará com firmeza tudo o que Cristo mandou,
e essa prática, ao contrário dos desígnios dos ecumênicos
de tirar as diferenças, fará com que os que os ouvem
não
sejam levados em roda por
todo vento de doutrina (Efés 4:11-14).
Cristo e os apóstolos não tinham receio de dizer a verdade
aos que não praticavam como eles (Mat. 23:27-33; Gal 1:8).
É
pelas verdades distintivas de Cristo que o cristão será edificado
em amor (Efés 4:16), e não pelo erro. A unidade, que
Cristo pediu ao Pai para que os seus conhecessem (João 17:21), não
era uma união religiosa sem identificação, mas aquela
santificação que resulta da submissão à prática
da Palavra de Deus (João 17:6, 14, 17-19,22). A igreja não
é um "playground" de diversas verdades, alegremente dançando
com as mãos dadas, mas é a coluna e firmeza da verdade (I
Tim 3:15). Desfazer a verdade em prol da unidade é derrubar a proteção
que leva à pureza que Deus tanto deseja entre os seus (II Cor 11:1-4;
Efés 5:11; Col 2:8).
Os ecumênicos pensam que a
igreja local tem um papel inferior
à massa do cristianismo. Pensam que a identidade universal e a participação
com os órgãos religiosos internacionais, nacionais e da comunidade
é melhor que a lealdade à igreja onde alguém é
membro (Cloud, Way of Life Encyclopedia - Ecumenical Movement). O pensamento
dos ecumênicos diz: quanto maior a participação com
grupos religiosos, mais madura a sua espiritualidade. A verdade é
que a igreja local é a
única organização
feita por Cristo durante o Seu ministério terreno; somente ela tem
a Sua autoridade de fazer a Sua obra no mundo (Mat. 16:18-20). A igreja
que Cristo organizou é "a plenitude daquele que cumpre tudo em todos"
(Efés 1:23). Se ela tem "a plenitude", então, não necessita
de organizações humanas e religiosas para melhorar o seu desempenho
no mundo. É no contexto da igreja local que um deve ter união
com a outro e não no contexto de uma organização religiosa
criada pelos bem intencionados (Rom 12:16; 15:5-6; I Cor 1:10; 12:25-27;
II Cor 13:11; Fil. 1:27).
Os ecumênicos
priorizam obras sociais e políticas
como se fossem uma grande parte da comissão de Cristo para a sua
igreja. Parece que precisam humanizar a mensagem de Cristo para que o homem
dê crédito à Palavra de Deus, como se um cuidado emocional
ou social faltasse por parte comissão divina. Pela ênfase na
parte social da mensagem de Cristo parece que eles pensam que há
possibilidade de melhorar a obra divina com obras humanas. Ao mesmo tempo
que ninguém quer ignorar as necessidades sociais e políticas
do mundo, nunca alguém deve ser conduzido a substituir o melhor pelo
que é meramente bom. Diminuir os esforços de cumprir a missão
dada por Cristo à igreja (Mat. 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 224:47;
João 20:21; Atos 1:8), para incluir nela obras sociais ou políticas,
seria trocar o melhor pelo bom. Arroz e feijão são necessários
para viver, mas a salvação é necessária para
a vida eterna. Boa escolaridade é necessária para um país
progredir, mas o conhecimento de Cristo conduz ao País Celestial.
Boas maneiras são convenientes para se ter paz no mundo, mas o fruto
do Espírito traz paz com Deus. Obras sociais podem colocar roupa
nova no homem, mas o Evangelho coloca um homem novo nas roupas.
Os discípulos conviveram com doenças sociais, reis
injustos e separações das classes sociais, mas na Palavra
de Deus não há nenhum caso dos discípulos substituindo
a responsabilidade de pregar e ministrar a Palavra de Deus para resolver
tais doenças sociais. Os milagres que foram praticados não
foram para amparar o aflito, mas para verificar que a mensagem pregada veio
de Deus. O Espírito Santo testifica, hoje, de Cristo e as Escrituras
Sagradas verificam se a nossa mensagem pregada é de Deus ou não.
A Bíblia lembra os pobres no mundo e instrui misericórdia
para com eles, mas não era a missão da igreja. Era participação
pessoal, de um a um (Gal 2:10). A pregação do Evangelho aos
perdidos e a instrução dos crentes sobre tudo o que Cristo
ensinou é a incumbência exclusiva da igreja e entendemos pelo
Novo Testamento que os discípulos se dedicaram somente à essa
missão em caráter de mensageiros da mesma. A religião
pura é o amparo às viúvas e aos órfãos,
mas é mais no contexto espiritual que material. A ajuda material
vista no Novo Testamento era para os membros da igreja (Tiago 2:15, "irmão
ou irmã"; Rom. 15:26, "dentro os santos"). A santidade traz mudanças
sociais, mas a santidade não vem pela pregação de um
Evangelho "social". Vem pela pregação de Cristo. Se diminuímos
ou aumentamos além do que Cristo pregou, paramos de cumprir o nosso
propósito bíblico.
Os ecumênicos promovem
idéias não bíblicas
sobre as mulheres. Os ecumênicos geralmente não entendem
as posições distintas que a Bíblia ensina entre os
homens e as mulheres. "Direitos iguais" são clamados na igreja e
fora dela. Os ecumênicos interpretam os casos em que a Bíblia
fala dessas posições distintas como são para àquela
época e que, hoje, há liberdade para todos. É verdade
que as épocas da Bíblia foram diferentes. Mas devemos saber
que as verdades ensinadas pela inspiração do Espírito
Santo para corrigir os problemas naquela época são úteis
para que não repitamos os mesmos erros que foram feitos naquelas
épocas (Rom 15:4; I Cor 10:11, "estão escritas para aviso
nosso"). A igreja em Corinto tinha o erro das mulheres falarem na igreja.
Por isso, temos a verdade necessária para corrigir o problema. Foi
escrita para sermos sábios e para não cairmos no mesmo erro.
A Bíblia ensina posições diferentes entre os homens
e as mulheres (Gên. 2:18; I Tim 2:9-14; I Cor 14:34-35; Tito 2:3-5).
Em Isaías 3:12, a liderança pelas mulheres não foi
um ponto positivo.
Para poder agradar uma grande concentração de crenças
e práticas, os ecumênicos
sofrem baixos níveis de
moralidade e de doutrina. Nos lares, nas reuniões e nas confraternizações
dos ecumênicos é comum achar o fumo, bebida, álcool,
palavrões, roupa indecente, homossexualidade, etc., sendo praticados
por eles. Há um clamor para "liberdade" ao ponto de chamar de "legalistas"
os que têm moral ou entendimentos mais conservadores. Existe liberdade
na esfera cristã, mas não é para ser usada para malícia
(I Ped 2:16). Somos libertos das regras da lei e também somos libertos
para a santidade, não para a impiedade (I Ped 2:9-12). Deus é
santo e deseja que os Seus O agradem se purificando pela Sua Palavra, assim
como Ele é puro (I João 3:1-3). Não existe a possibilidade
de servir dois senhores, apesar do que os religiosos dizem (Mat. 6:24; 12:30).
Os verdadeiros são da luz e devem andar na luz (I João 1:7).
Como podem dois andar juntos se não estiverem de acordo (Amós
3:3). Como podem existir juntos a luz e as trevas, carnalidade e a espiritualidade
(II Cor 6:14-18)? O ensinamento correto de que "qualquer que profere o nome
de Cristo aparte-se da iniqüidade" (II Tim 2:19) ainda é para
os dias de hoje.
Um exemplo local dessa falta de nível de moralidade é
exemplificada por uma propaganda que foi incluída no jornal local
de Catanduva, São Paulo
O JORNAL, Sexta-feira, 18 de Setembro
de 1.998.
Gospel Night Club
"Inaugura hoje à noite em Rio Preto, a Gospel Night Club,
uma boate direcionada aos evangélicos e não-evangélicos
que queiram se divertir e gostem de cantar ou dançar. Não
será servido bebida alcoólica e cigarros, somente coquetéis
sem álcool, sucos, refrigerantes e porções. Gospel
Night Club conta com um sistema de iluminação apropriado,
o som, apensas música "gospel". Haverá a também Karaokê.
É a primeira casa noturna no Brasil dirigida aos evangélicos
e àqueles que gostam de uma diversão sadia. Gospel Night Club
fica na Av. Murchid Homsi, 1155. Confira!"
A pregação dos ecumênicos imana
tolerância
através de uma pregação demasiadamente positiva.
É comum que os seus cultos prestigiem o valor pessoal dos que os
ouvem. Pregar que o homem é ímpio aos olhos de Deus (Sal 14:2-4;
Hab 1:13), corrupto em pecado (Isa 1:6; Rom. 3:10-18), inimigo de Deus (Rom.
8:6-8) e incapaz de entender as coisas espirituais (I Cor 2:14) é,
para muitos ecumênicos, antiético. Em vez de pregar certas
verdades da Bíblia, a opção deles é de atrair
o povo com uma mensagem positiva. Raciocinam dizendo: "Não é
proveitoso ofender os ouvintes pela Palavra de Deus. Ofendendo-os com a
verdade plena, os impedimos de prestar atenção à mensagem
de Jesus." Crêem que os sorrisos abertos, os abraços calorosos
e aquela aceitação universal são mais eficazes que
uma mensagem que inclui a ira de Deus e a condenação justa
ao inferno dos pecadores não arrependidos. Mesmo que tenhamos amor
pelos pecadores e nunca queiramos ofendê-los, devemos entender que
somente os doentes necessitam de médico. Cristo não veio "chamar
os justos, mas sim, os pecadores, ao arrependimento" (Mar 2:17). O evangelho
que prega a vida santa e sofredora de Cristo, a Sua angustia e o sofrimento
pelo pecado no lugar do pecador junto com a Sua vitória gloriosa
sobre a morte e sobre o Satanás não tem muito sentido para
aquele pecador imundo que já achou plena aceitação
entre o povo de Deus e que tem livre acesso a todos os direitos de uma vida
eclesiástica saudável e sente-se bem com a pregação
positiva da Palavra de Deus. Por que deve o pecador preocupar-se dos seus
pecados se o povo de Deus não está dando muita importância
a eles? A verdade é que o Espírito Santo opera primeiramente
com o espírito de escravidão (Rom. 8:15), mostrando a impureza
da condição do pecador (Isa 6:5; Sal 40:2), fazendo-o cansado
e oprimido do seu pecado (Mat. 11:28), antes de ministrar o Espírito
de adoção graciosa, purificação completa, o
descanso divino e a salvação eterna por Jesus. O erro dos
ecumênicos não é o de pregar um lado positivo da verdade,
mas o de não anunciar todo o conselho de Deus (Atos 20:27). Pela
Bíblia, o apóstolo Paulo identificou pelo nome os que não
conservaram a fé (I Tim 1:20; II Tim 1:15; 2:17), os que resistiram
à verdade (II Tim 3:8) e os que amaram o mundo mais que a Cristo
(II Tim 4:10, 14), mesmo em espírito de amor. Cristo também
deu ênfase para a regeneração sem ofender (João
3) e Ele se mostrou Salvador dos
pecadores (Luc 19:10; Mar 2:17).
É importante a pregação contra a concupiscência
da carne, pois ela apenas produz a corrupção (Rom. 8:21; I
Cor 15:50; Gal 6:8; II Pedro 1:4). Temos uma mensagem de luz para os que
estão em trevas, salvação para os pecadores, santificação
para os ímpios, justificação para os condenados, vida
para os mortos e perdão para os arrependidos, mas não devemos
esquecer que essas bênçãos são somente para os
que se vêem separados de Deus, rebeldes e inimigos de Deus e condenados
pelos seus pecados. Não seria justo com os pecadores que nós
pregássemos uma mensagem desequilibrada para o lado positivo. Não
devemos nunca deixar de anunciar todo o conselho de Deus (Atos 20:27). A
condição do pecador diante de Deus pede uma mensagem correta,
direita e clara.
Um Perigo Importante e a Sua Solução
Interpretem o negativismo como falta de amor fraternal. Amor,
para o ecumênico, é liberalismo e generosidade moral para com
qualquer pessoa que se diz crente. Mas Cristo ensinou claramente que os
que O amam guardam os Seus mandamentos (João 14:15, 23; I João
5:3). O apóstolo Paulo desejou que o amor dos Filipenses crescesse,
não em tolerância, mas "em ciência e em
todo o conhecimento,
para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem
escândalo algum até ao dia de Cristo; cheios dos
frutos
de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória
e louvor de Deus." (Fil. 1:9-11). Cristo, de nenhuma maneira, pecou quando
reprimiu duramente os escribas e fariseus de Mateus 23:13-33 por terem somente
uma aparência piedosa, quando verdadeiramente praticavam doutrinas
contra a verdade. Os ecumênicos julgariam Cristo falho e menos que
sábio. O apóstolo Paulo não foi reprimido por Deus
por usar os nomes de Himeneu e Alexandre várias vezes como exemplos
de não conservar a fé nem a boa consciência (I Tim 1:19,20).
Aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo, pela inspiração
do Espírito Santo, entrega os irmãos ao Senhor esperando que
os corações deles fossem encaminhados ao amor de Deus e à
paciência de Cristo, mas mesmo assim ele alerta "que
aparteis de
todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo
a tradição" dos apóstolos (II Tess 3:5,6). "Foi Deus
quem primeiro criou uma controvérsia, pois disse, "Odiai o mal, e
amai o bem, e estabelecei na porta o juízo." (Amós 5:15).
Batalhar pela fé (Judas 1:3) envolve mais que uma resposta branda
e inócua. Pede uma repreensão severa (Tito 1:13) que repudia
o erro e enuncia claramente a verdade" (Dr. Ernest Pickering, citado por
Rick Purdue). Veja também Rom. 16:17,18.
Aqueles que querem as bênçãos do Senhor nas
suas vidas e ministérios não vão procurar a Sua maldição.
Débora, pela presença do Espírito Santo, pronunciou
uma maldição repetida a Meroz por essa cidade (Gill, comentário
de Juízes 5:23) não vir "ao socorro do SENHOR, ao socorro
do SENHOR com os valorosos" (Juízes 5:23) quando tinha oportunidade
de vir e ajudar. Pode ser que os de Meroz acharam que a tolerância
era melhor para a sua segurança naquela hora, mas depois foi a sua
tolerância que trouxe a maldição (Veja também
Jer 48:10). Pregar outro evangelho traz também maldição
(Gal 1:8,9), pois a tolerância do erro é vista pelo Senhor
como falta de amor (João 14:15, 21) que, verdadeiramente, no fim,
traz maldição (I Cor 16:22).
"Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências
que antes havia em vossa ignorância;
Mas, como é santo Aquele que vos chamou,
sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;
Porquanto está escrita: Sede santos, porque Eu sou santo."
I Ped 1:14-16
Breve História do Ecumenismo
Não há como determinar exatamente quando o Ecumenismo teve
sua origem nos formatos de hoje. Como o termo "Fundamentalismo", no ano
1919, foi usado pelos batistas para evitar uma associação
com o Modernismo ou Liberalismo que começou na Europa no século
XVIII, a palavra "Evangelicalismo" foi usada, em 1940, pelos Protestantes,
para evitar uma associação com os Católicos. Em 1948,
o termo "Neo-Evangelicalismo" foi criado por Harold Ockenga, pois o separatismo
dos erros de doutrina que os Evangélicos praticaram chegou a ser
ofensivo a ele. Junto com o termo "Neo-Evangelicalismo" veio a prática
de um evangelho social e o afrouxamento na postura de uma Bíblia
inerrante. Com o tempo, os "Neo-Evangélicos" cessaram qualquer espírito
de negativismo a ponto de não pregarem abertamente contra o pecado
e nem identificarem aqueles que pregavam heresia. Foi um movimento de tolerância
(Cloud,
Fundamentalism, Modernism and New Evangelicalism). Essa insistência
de não separar do erro foi chamada o "Neutralismo Novo" por alguns,
em vez de "Neo-Evangelismo", (John Ashbrook, citado por D. W. Cloud,
The
Heart of New Evangelicalism), porque ensina que a sua atitude deve ser
suave, cautelosa, tolerante, pragmática, flexível, inofensiva
e, acima de tudo, nunca dogmática (niilismo). O que se tem hoje entre
os "Evangélicos" é uma tolerância do erro que tem se
degenerado à imoralidade. O "Neo-Evangelicalismo" é o ecumenismo
de hoje. Pode-se ver que é uma aceitação eclesiástica
de todas essas idéias de Modernismo, Liberalismo, Neo-Evangelicalismo
como válidas e que Deus não faz acepção de
pessoas, quando as intenções delas são honestas.
O Alvo do Ecumenismo
O criador do termo "Neo-Eangelicalismo", Harold Ockenga, estipulou
como o alvo do seu movimento três áreas (Palestra dada na Associação
de Evangelismo, 1942):
- Rejeitar Separatismo Bíblico
- Achar Aceitação Mundial
- Adicionar uma mensagem social à mensagem Evangélica.
Essas três áreas se acham com plena expressão no movimento
do ecumenismo. Podemos entender que o ecumenismo, como é visto hoje,
é relativamente de origem recente. Mas devemos lembrar-nos de que
a instituição que Cristo organizou e estabeleceu sobre Ele
mesmo não foi faltosa. Qualquer doutrina ou prática alheia
à ela é espúria ou falsa. Os que se mantêm firmes
na fé que uma vez foi dada aos santos (Judas 3), não devem
ter diálogo ou convivência eclesiástica com esses que
somente têm uma aparência de piedade (II Tim 3:1-5). O espírito
militante não é alheio à doutrina bíblica (I
Tess 2:2; II Tim 4:2, 3; Judas 3). Ter poder com Deus não é
em diminuir a doutrina verdadeira para não ser diferente de outro
ou para ser aceito pelos outros de outras fés. Para sermos poderosos
é necessário
reter firme a fiel palavra que é
conforme a doutrina (Tito 1:9).
Defesas para não Cair no Ecumenismo
Saiba que a verdade divide. A natureza da verdade é
única, exclusiva e eliminatória. A verdade proclama: "À
lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo essa palavra, é
porque não há luz neles." (Isa 8:20). A doutrina repreende,
exorta, corrige e reprova com o intuito de que haja perfeição
e "boa" obediência (II Tim 3:16,17; 4:2,16). O ensinamento da Palavra
de Deus pode dividir (Heb 4:12, "mais penetrante que espada alguma de dois
gumes";
Mat. 10:34). A perseguição não é
errada se vem por amor da verdade. "A qual dos profetas não perseguiram
vossos pais?" foi uma pergunta de Estêvão aos religiosos do
seu tempo (Atos 7:52). Podemos perguntar também: "A qual dos apóstolos
não perseguiram os religiosos desde o tempo de Cristo?", pois foram
afligidos por pregar a verdade. "A qual dos nossos antepassados não
precisavam perseverar perseguição?", podemos perguntar sobre
a história dos batistas. Se vivermos piedosamente, sofreremos perseguição
(II Tim 3:12). Por quê? Por causa da natureza da verdade e a natureza
das trevas. Deus pergunta ao Seu povo: "Porventura andarão dois juntos,
se não estiverem de acordo?" (Amós 3:3). A resposta é
clara, pois a verdade é única, exclusiva e eliminatória.
"Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo" e os que usam
o manto do evangelho para encobrir o erro de ecumenismo "vos odeia." (I
João 3:13).
Conheça bem o seu Deus. Todo servo sincero quer agradar
Quem o chamou, separou e vocacionou. Para agradar ao Senhor não é
necessário grandes números, prédios maravilhosos, shows
encantadores, sorrisos espontâneos, emoções profundas
ou um ignorante desrespeito de normas, leis e doutrinas. Para agradar o
Senhor é necessário conhecer a natureza soberana de Deus que
faz beneficência,
juízo e justiça na terra (Jer
9:23,24). Esse conhecimento somente é conseguido pela firmeza no
livro da lei de Deus, na boca e no coração. Somente pela meditação
sobre esse livro, dia e noite, é que podemos ter cuidado de fazer
tudo conforme nele está escrito (Josué 1:8; Sal 1:2; Dan.
11:32; II Tim 2:15; 3:16, 17).
Ame a verdade. A verdade é ministrada pelo Espírito
da verdade (João 14:17; 15:26; 16:13). Quem ama a verdade tem um
relacionamento especial com Deus. A verdade vencerá no fim, pois
Cristo é a verdade (João 14:6; Apoc 1:8) e somente os que
são fiéis à verdade vencerão com Ele (Apoc 17:14).
É a verdade que testifica Cristo (João 16:13) e aperfeiçoa
o homem de Deus (II Tim 3:17), à medida da estatura completa de Cristo
(Efés. 4:13). É pela verdade que o corpo é edificado
a ponto de que os irmãos não sejam mais como meninos inconsistentes,
levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que
com astúcia enganam fraudulosamente." (Efés. 4:11-16). Amar
a verdade quer dizer ter tanto amor por ela, que a prática é
radicalmente transformada. Não adianta nada falar da verdade e não
praticá-la. Isso é o que os ecumênicos fazem (Mat. 23).
O homem que ama a verdade e a pratica fará que tanto ele quanto o
povo que o ouve sejam salvos de serem envergonhados (I Tim 4:16). Todos
que têm uma dieta consistente da verdade pura serão fortes
e farão proezas (Dan 11:32). Qualquer ação menos de
obediência é uma persuasão que não vem dAquele
que nos chamou (Gal 5:7,8).
Saia do erro. Não é uma graça ou sabedoria
intelectual procurar esconder a luz que somos debaixo do alqueire. A verdade
é luz e é impossível escondê-la (Mat. 5:14-16).
Os que têm o entendimento bíblico serão como o Salmista
que odiou "todo falso caminho" (Sal 119:104,128). O amor pelo Senhor Jesus
Cristo faz com que deixemos "toda a impureza" (Efés. 5:1-6; I Tim
6:20). Os únicos que prevaricam e não perseveram na doutrina
de Cristo são os que não têm a Deus (II João
9-11). Com tais não devemos nos identificar, manifestar disposição
à convivência e diálogo, todavia, a esses devemos repreender
(Rom. 16:17,1) e nos separar ao ponto de nem nos misturar (II Tess 3:6,
14), pois são soberbos e nada sabem (I Tim 6:3,4), apesar das suas
aparências boas e ares de amor pela Palavra de Deus.
Reprove os que estão no erro. Parte da obra da palavra
é de redargüir e repreender (Luc 17:3; II Tim 4:2). A repreensão
é uma manifestação de amor (Apoc 3:19). A repreensão
não deve partir da nossa emoção ou sentimento de superioridade,
mas com autoridade e doutrina, e isso, com toda a longanimidade (II Tim
4:2; Tito 2:15). A repreensão pode fazer com que esses sejam sãos
na fé (Tito 1:13), pode criar um temor nos que ainda não experimentaram
com ele (I Tim 5:20) e estancar maior impiedade (I Cor 5:6,7; II Tim 2:15,16).
Sempre gostamos de ser aceitos pelos nossos semelhantes, mas não
podemos servir a dois senhores (Mat. 6:24; 12:30). O espírito militante
não é alheio à doutrina bíblica (I Tess 2:2;
II Tim 4:2, 3; Judas 3).
Praticando essas defesas, seremos dignos de ser identificados com nosso
Salvador na Sua vitória (Apoc 17:14) e receber a coroa de justiça
que está guardada para todos que amarem a sua vinda (II Tim 4:7,8).
Bibliografia
BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em Português por João
Ferreira de Almeida, Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto
Original, São Paulo, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil,
1994.CLOUD, D. W., Encyclopedia Way of Life, v. 4.2, Oak Harbor, website:
http://wayoflife.org/~dcloud
; 1996.
CLOUD, D. W., Fundamentalism, Modernism and New Evangelicalism, O Timothy
Computer Library, Vol. 12, Issue 1, 1995.
CLOUD, D. W., The Heart of New Evangeliscalism, O Timothy Computer Library,
Vol 12, Issue 2, 1995.
Dicionário Aurélio Eletrônico, V. 2.0, Editora Nova
Fronteira, Rio de Janeiro, Junho, 1996.
GILL, John.
Commentary of the Whole Bible, Online Bible, Ver. 7.0,
Winterbourne, website:
www.omroep.nl/eo/Bible/software/ps,
1997.
HAVNER, Vance,
Truth for Each Day, s. d.
PICKERING, Ernest Dr.,
Frontlines, Vol. 5, No. 1, 1995.
STRONG, James LL.D., S.T.D.
Exhaustive Concordance of the Bible, Nashville,
Abingdon, 1981.
Autor: Pastor Calvin Gardner
Editorização textual e gramatical - José Mazeu Junior
08/02
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br